El abandono de la razón: la descolonización de los discursos sobre la infancia y la familia
Resumo
Este artigo propõe-se analisar as explicações de senso comum académico das crianças pobres que são frequentemente representadas como parte de uma "infância abandonada" no contexto do Brasil nos anos 90. A fim de discutir estas representações, os contextos de produção dos conceitos de família e infância são historializados e descritos, recuperando autores clássicos do campo das ciências sociais e humanas, tanto de origem europeia como latino-americana. Os dados quantitativos sobre indicadores sociais e desigualdade no contexto brasileiro também são recuperados. O abandono da razão está relacionado com o facto de a grande preocupação demonstrada a nível mundial pelo valor da "criança" nem sempre estar ligada a observações objectivas, avaliações correctas da realidade ou campanhas eficazes que resultem em benefícios reais para as crianças ou as suas famílias. Em certas situações, existe uma relação inversa entre o volume da retórica e a eficácia das políticas. O autor elabora a noção de "infância absoluta" para compreender as imagens da infância que prevalecem no senso comum, orientadas por valores de classe, que negam o condicionamento social das experiências de infância, bem como a teia de relações sociais que a tornam possível.
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