Mesclando imagens, criando narrativas outras: educações menores em HIV/aids e(m) filmes
Resumo
Este artigo objetiva mobilizar educações menores em HIV/aids possíveis com/em/a partir de filmes. Para tal, são permeadas três narrativas audiovisuais – 120 Batimentos por minuto (2017), Carta para além dos muros (2019) e Como sobreviver a uma praga (2012) – que versam em torno da epidemia de HIV/aids em diferentes momentos e espaços. Nos filmes, são tangenciadas as dimensões de corpo, do desejo, da sexualidade, da vida e da morte através de histórias de luta, de amor, de amizade, de solidariedade, de estigma, de violência, de começos e de fins. Tais produções permitem importantes reflexões acerca das existências LGBTQ+ contemporâneas e os processos de subjetivação que as impactam por dispositivos que agenciam os seus corpos e desejos. Por meio de inspirações cartográficas, as imagens e sons movimentam escritas-encontros acerca de afetos que tangenciam o corpo do autor de tal texto e também inspiram manipulações imagéticas que permitam pensar e mobilizar educações menores em HIV/aids. Percebe-se que as cenas fílmicas habitam e instauram constantes tensões entre desejo, medo, vida, morte, saúde e doença e é, justamente, nestes atritos que residem embriões de mundos outros. Assim, constata-se que, ao mobilizar as questões em torno do HIV/aids e da educação, os caminhos não estão prontos. Dessa forma, defende-se que as narrativas audiovisuais educam por si só e também podem ser movimentadas na instauração de educações menores, militantes, engajadas com o enfrentamento de estigmas, articuladas com a experimentação do desejo e a defesa de uma vida em sua potência.
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