Territorialidade e sociabilidade nos movimentos sociais latino-americanos: uma aproximação ao estudo do MST do Brasil e do MOCASE da Argentina
Resumo
A (des)territorialização tem sido um dos principais eixos analíticos sobre os processos globalizantes nas sociedades contemporâneas, especialmente em aproximações que consideram as dimensões culturais e identitárias. Este artigo, baseado em um estudo de casos de movimentos sociais latino-americanos ligados ao contexto rural, discute as articulações entre os processos contra-hegemônicos de apropriação da territorialidade e as dinâmicas de emergência de uma nova sociabilidade desenvolvida como parte da ação coletiva. Estes vínculos, bem como as mediações intrínsecas aos mesmos, evidenciam a complexidade dos novos sentidos da territorialidade configuradas por estes movimentos, não limitados à questão proprietário-espacial, mas configurados ao redor de projetos de mudança social. Conclui-se que nos movimentos analisados existe uma mediação mutua e complexa entre apropriação de territorialidade e emergência de novas sociabilidades, em uma articulação intermediada por dimensões como a comunicação e o ritual.
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