A Duquesa Margaret de York e a salvação de mulheres e homens no manuscrito iluminado Visions du chevalier Tondal (1475)
Resumen
O objetivo deste artigo é analisar a salvação de mulheres e homens por meio do manuscrito iluminado Visions do Chevalier Tondal. A Visio Tnugdali, confeccionada no século XII teve uma grande circulação em todo o Ocidente dos séculos XII ao XVI. O manuscrito iluminado da obra, encomendado pela duquesa Margaret de York, visando a salvação de seu esposo Carlos, o Temerário, possui várias especificidades. Uma delas é a presença de mulheres que se parecem com a encomendadora desde a primeira imagem do manuscrito, que possui 20 iluminuras. Destaca-se ainda o fato de que as mulheres se encontram ao lado dos homens nos espaços Paradisíacos da obra.
[1] Este artigo inédito faz parte das reflexões que se iniciaram no Estágio Pós-Doutoral, realizado na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), junto ao GAHOM (Groupe d’Anthropologie Historique de l’Occident Médiéval), sob a supervisão do Prof. Dr. Jean-Claude Schmitt. O contato com o supervisor e as discussões no grupo nos auxiliaram a aprofundar as reflexões sobre a obra Visions du Chevalier Tondal e sua relação com as imagens. Atualmente a investigação, intitulada “Educação, Salvação e Religiosidade: a Visio Tnugdali e Seu Papel na Tradição das Narrativas Visionárias Medievais (séculos XIV-XVI)”, possui financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio de Bolsa de Produtividade em Pesquisa (PQ2). Agradeço ao Prof. Tiago Augusto Nápoli (PPGL-DLCV-USP-Brathair), que confecciona no momento a primeira tradução em língua portuguesa da Visio Tnugdali e que forneceu os excertos traduzidos da obra que fazem parte deste texto. Meus agradecimentos também para a Prof. Solange Pereira Oliveira (IFMA-Brathair), também pesquisadora da Visio Tnugdali que fez sugestões que contribuíram com o desenvolvimento do artigo. As ideias aqui expressas, no entanto, são de minha inteira responsabilidade.