Encantar para resistir: os contos de encantamento galegos e a resistência feminina

  • Fernanda Lacombe Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Palavras-chave: Tradição oral, literatura popular, feminino, contos de fadas.

Resumo

O presente artigo trata de uma análise dos contos de fadas de tradição oral galegos e sua leitura como narrativas de resistência feminina dentro da sociedade patriarcal e misógina. Assim como a literatura erudita, a tradição popular tende a reproduzir preconceitos de gênero presentes na sociedade. Tendo como embasamento para compreender a situação das mulheres na Europa entre os séculos XV e XVIII a obra de Silvia Federici, percebe-se como dentro da literatura de tradição popular, o gênero dos contos de fadas guarda em seu subtexto o registro das transformações criadas pela acumulação primitiva que acentuaram a diferença entre homens e mulheres, principalmente aquelas que dizem respeito à divisão do trabalho por gênero, a desvalorização do trabalho doméstico realizado por mulheres e o controle do Estado sobre os corpos e a reprodução feminina. Somado a isso, os contos de encantamento apresentam em algumas de suas narrativas um discurso que questiona o senso comum misógino, sendo, deste modo um modelo de subversão e resistência feminina.

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Como Citar
Lacombe F. (2018). Encantar para resistir: os contos de encantamento galegos e a resistência feminina. Madrygal. Revista de Estudios Gallegos, 21, 299-312. https://doi.org/10.5209/MADR.62606
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