A perfeição de deus e a perfeição humana: a concepção de Mendelssohn na Abhandlung e sua relação com a filosofia de Wolff
Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar a relação entre a perfeição de Deus (Deus como ser perfeitíssimo) e a obrigação à perfeição humana no ensaio Abhandlung über die Evidenz in metaphysischen Wissenschaften de Mendelssohn, particularmente quanto a suas origens wolffianas. Na Abhandlung, Mendelssohn busca investigar qual o grau possível de certeza da filosofia – incluindo, portanto, a teologia natural e a filosofia prática. Nesse contexto, buscando considerar a interconexão entre perfeição divina e humana, precisamos ter em mente (a) a prova ontológica de Mendelssohn acerca de Deus como o ser perfeitíssimo, bem como uma prova teleológica a partir da perfeição do mundo (no terceiro capítulo da Abhandlung); e (b) sua concepção da obrigação que seres humanos possuem, de buscar sua própria perfeição e a perfeição de outrem (no quarto capítulo), que, no final das contas, está conectada à noção de reflexão das perfeições de Deus. Neste artigo, primeiramente apresentaremos a concepção de Mendelssohn acerca de Deus como ser perfeitíssimo, bem como aquela quanto à perfeição do mundo; em segundo lugar, consideraremos sua abordagem da lei de natureza e da obrigação à perfeição; por fim, em terceiro lugar, examinaremos ambas as noções no contexto da filosofia de Christian Wolff (particularmente sua teologia natural e sua filosofia prática), a fim de mostrar que Mendelssohn foi significativamente influenciado por Wolff em ambos os aspectos, mas também introduziu novas nuances que ainda não estavam presentes na concepção de Wolff.





