“Einbildungsfähigkeit”, “Einbildungskraft” e “Imagination” na antropologia kantiana. Notas para uma dissociação terminológica
Resumen
Emergentes não raras vezes nas Lições de Antropologia de Kant, os termos “Einbildungskraft”, “Einbildungsfähigkeit” e “Imagination” são comummente tomados – e, prova maior disto mesmo, traduzidos – como um só. O presente artigo propõe-se pôr em causa e demonstrar a incorrecção desta abordagem. Bem pelo contrário, estamos em crer que, no âmbito da antropologia kantiana, em primeiro lugar, “faculdade de imaginação” e “capacidade de imaginação” não são uma e a mesma coisa, antes significam diferentes estratos, diferentes dimensões conceptuais na compreensão do processo de representação humana; em segundo lugar, também “faculdade de imaginação”, enquanto “Einbildungskraft”, não é o mesmo que o seu correspondente na “Imagination”, antes duas dimensões de um e o mesmo problema antropológico, o problema por excelência do acto de representar, que surge entre o mundo e o designar humano. Tais distinções, que, assim o cremos, requerem uma compreensão mas também uma tradução mais criteriosa do que até aqui, trazem a uma mais distinta luz o modo como Kant estrutura e ordena as diferentes fases do processo da imaginação humana, e salienta aquelas que, para o filósofo, são as diferentes potencialidades desta última.