Movimentos de verbos: os casos de "chegar" e "arribar"
Abstract
Chegar tem, no Português contemporâneo, um uso dominante como verbo de movimento, que refere a aproximação a um destino próximo do locutor, mas tem outras aceções, resultantes, em alguns casos, de uma generalização paralela àquela que o seu étimo (i.e. Lat. applicare ‘juntar’) antes conheceu.
A história do verbo português é partilhada pelo galego chegar e pelo castelhano llegar, mas não encontra eco nem no Catalão nem no Francês nem no Italiano. Nestas línguas, cabe a derivados de ripa ‘margem’ desempenhar um papel semelhante, com alguma idêntica polissemia. E o mesmo se verifica no Romeno com o verbo a ajunge. Desse mesmo étimo, recebe o Português (e o Galego e o Castelhano) o verbo arribar, mas não há, no léxico destas línguas, espaço disponível para o integrar como verbo de movimento.
Neste artigo, apresentaremos a documentação textual que permite estabelecer uma cronologia das principais mudanças semânticas e a análise desses dados.
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