A heróica origem da monarquia portuguesa: a proposta de João de Barros nos capítulos III 82 e 83 da Crónica do emperador Clarimundo
Abstract
Nos famosos capítulos III 82 e 83 do Clarimundo, João de Barros, futuro cronista da expansão portuguesa na Índia explicita o propósito político da sua novela de cavalaria. Nesse capítulo decorre a profecia do mago Fanimor, que inclui a genealogia dos reis de Portugal descendentes do herói Clarimundo e uma geografia do império em época de D. Manuel I, e o subsequente relato pelo rei mouro de Lisboa, Fíbar, da fundação da cidade e do povoamento antigo de Portugal. A partir da análise destes três fragmentos, comentamos a hábil articulação de fontes clássicas e contemporâneas mediante a qual o prosista deu forma em língua portuguesa a alguns motivos que foram fundamentais, a seguir, para o desenvolvimento do corpus heróico português, incluídos Os Lusíadas. A nossa hipótese é que essa capacidade do relato de Barros para sintetizar várias fontes traduzia em forma poética uma necessidade política da época: agregar, sob a tutela política de la corona portuguesa, um conjunto díspar de territórios, povos, culturas e línguas.
Downloads
Article download
License
In order to support the global exchange of knowledge, the journal Revista de Filología Románica is allowing unrestricted access to its content as from its publication in this electronic edition, and as such it is an open-access journal. The originals published in this journal are the property of the Complutense University of Madrid and any reproduction thereof in full or in part must cite the source. All content is distributed under a Creative Commons Attribution 4.0 use and distribution licence (CC BY 4.0). This circumstance must be expressly stated in these terms where necessary. You can view the summary and the complete legal text of the licence.




